Theory of a deadman

Levantou-se, olhou em redor e perdeu-se na imensidade de nada que existia à sua volta.Viu o seu corpo estendido no chão, despromovido de vida. Aparentemente apenas dormitava, aos seus olhos, no entanto estava frio e sem qualquer réstia de sentimento. Aquilo que ele via deixara de ser ele, era apenas o seu corpo, sem pingo de cor, sem sentimentos, sem a doce melodia do bater do coração. Tornou a olhar em seu redor e tornou a encontrar nada, nenhuma casa, nenhum carro, nenhuma cara conhecida, no entanto ele conhecia aquele lugar, só não sabia como. Arriscou. E começou a andar para o lado de nordeste. Andou. Andou. Andou. Apareceram as casas. Apareceram os carros. Apareceram as caras conhecidas, ele cumprimentou-as, mas naquele dia ninguém lhe retribuia o cumprimento como acontecia todos os dias.Continuou a andar e só parou quando se viu em frente daquela que era a sua casa. Entrou conseguindo atravessar a porta e viu-a. Aquela pela qual ele suspirava e o seu coração acelarava. Estava ao telefone e a sua cara mostrava choque e ao mesmo tempo horror e tristeza. As lágrimas começaram a correr-lhe pela cara, ela desligou o telefone e abraçou os seus joelhos, enquanto mais lágrimas brutavam dos seus olhos. Ele correu a abraçá-la, consolá-la, mas não sentiu o seu toque, nem a sua pele morna que ele adorava, ela continuava a chorar. Chamou por ela, mas ela não ouvia, não respondia. Tornou a tentar abraçá-la, sem sucesso, olhou a cara dela e os seus lábios tocaram ao de leve nos dela. Ela levou a mão à boca, sentiu-o. Correu para o quarto com fita adesiva de cor preta e começou a desenhar o corpo dele com a mesma. Desenhou um coração em cartolina e completou o corpo dele, ele pôs-se na posição que ela desenhou e ela deitou-se ao seu lado, fingindo que era ele que ali estava e, na realidade, assim o era. Ela recordou-os e sorriu, ele viu e sorriu também, sussurrando: "espera por mim, eu estarei sempre aqui."

This is my story and I?

I'm a deadman.