9.9.10

You Know...

Ó vá lá, deixemo-nos de tretas. Não existem músicas que definam a nossa amizade nem aqueles dias em que não falavamos. Não existe dor para ti, não à nada a cruxificar porque não tens medos. Tu não tráis os teus sentimentos, porque eles não exitem, nunca existiram, tudo foi uma ilusão. É sempre assim nunca me amas o suficiente para ficares. E de todas as vezes que discutimos, choramos e tudo mais, esta foi sem dúvida a vez em que mais me magoaste, porque percebi aquilo que tu realmente és e o que eu sempre fui para ti, nada. Podes acreditar que para mim morreste. Ou talvez já tenhas morrido à algum tempo e eu só agora me apercebi de tal acontecimento. Porque a pessoa que eu sempre conheci, morreu.
Morreu no instante em que as palavras me faltaram, a dor se alastrou no meu coração e as lágrimas ficaram reprimidas nos meus olhos para que eu pudesse fazer o meu papel de sempre. Aquela máquina humana que não tem sentimentos e não se importa mais com o que fazes. Ó como eu poderia chorar por tudo o que fazes, eu poderia gritar pelas coisas que dizes, eu poderia sofrer com a tua ausência.
E sofro, a verdade é que sofro, mas não pela tua ausência, sim pela tua morte. Essa morte que apenas eu dei conta e mais ninguém o fez. Não está à vista de semear e o teu corpo continuar a passear por aí, a falar, a sorrir e a gargalhar como se fosses tu. Não és, pois não?
És alguém mais forte, mais forte do que eu pensava, mas não mais forte do que eu. Dou-me agora conta que fui eu que te criei. Esse bicho capaz de aguentar tanta coisa, mas acredita que eu aguento-me melhor do que tu alguma vez o conseguirás fazer. Eu sou mais do que tu. Sempre o fui. Sempre o serei. Porque eu não tenho medo de te dizer as coisas na cara e tu preferes dizer a outras pessoas.
Admiraste assim tanto se acabares sozinha? Eu não. Não passas de alguém que não tem nada para dar, apenas ilusão, sim é isso não passas de uma ilusão. Tu apenas tens uma ilusão de sentimentos, mas eu não tenho nenhuns. Tu tens uma ilusão do amor e eu sei o que ele realmente é. Um "até um dia" proferido por ti, proclamo um "até nunca" meu. 
A tua ingenuidade, aclama o meu ego, perceber que não sabes nada, tentando ensinar-me coisas que eu já sei há muito tempo. Como se alguma vez me pudesses ensinar algo. Como se alguma vez eu precisasse dos teus conselhos. Ai morreu por terra toda a ilusão daquilo que eu pensei que fossemos, está tão enterrada quando a tua antiga personalidade, aquela que eu amava. Agora só tenho pena da nova e do teu corpo que sofre com ela. 
És tão fraca e ainda não reparaste nesse pormenor que sempre me saltou à vista. Vais sofrer tanto por isso que eu tenho mesmo pena. Foi um até nunca ou deverei dizer até um dia?   

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