Não sei quando, mas perdi. Cansei dessa sensação rotineira que me leva a pensar que o cansaço é algo que se apodera de nós como algo mais grave do que uma doença crónica qualquer. Não sei para onde fica Norte, talvez seja no teu Sul, mas também lhe perdi o rasto. Mágoas certeiras, poucas palavras, o que se passa? Perdi-me nas águas. São azuis, pouco profundas, mas carregadas. Escorrem-me dos olhos em pequenos riachos que desaguam num portal qualquer, num órgão central. Tenho carências escondidas como pecados mortais de palavras sinceras. Não sei como fui, para onde fui, o que se passou, sei que cheguei aqui e tudo mudou. Sou como uma alien numa terra achada de pensamento perdido e coração magoado. E quando o digo, alguém consegue ouvir? Tem alguém a sentir-se como eu? Sinto que consigo fazer melhor do que o faço e mesmo assim não avanço. Sinto o medo de respirar até a conseguir devorar-me o ar e a obstruir-me a traqueia, mas resisto ou pelo menos tento. Porque no fundo já não vejo sentido para o fazer quando me perco. E atenção, é um aviso, eu estou perdida...
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