Pó de fantasia

Tenho o mundo à cabeceira, guardado num livro e marcado numa página com a ponta dobrada. As palavras são histórias e as letras são pessoas, olha sabes ler em triângulo? Eu não, não gosto de passar etapas e saltar capítulos. Gosto de "procurar" pelas encruzilhadas das personagens e perder-me nos seus romances ficticios, escondendo os desejos subconscientes dos seus autores.
Pergunto-me que espécie de autor terá escrito a minha? Imagino-o como alguém de idade, com umas respeitosas barbas brancas e sobretudo com uma sabedoria acima da média. Fez de mim uma personagem fria, orgulhosa, com um feitiozinho dificil, mas também uma personagem forte. Tão forte que quando se magoa e não gosta de se sentir assim, muda a página à espera que outra coisa lhe aconteça. E tem um destino tão incerto como o de uma personagem e o fim inimaginável, mas tal como uma personagem, tem um fim.
E quando os olhos pesam, fecha o livro e cerra os olhos, inventando as suas próprias histórias tão parvas e surreais, como lindas e fofinhas. É no estado de paz que se encontra e é assim que vai permanecer.

Mata-te. Foi da maneira que partiste em estado de graça!