15.6.11

P.a.r.a.s.i.t.i.s.m.o.


Eu deixei a minha lucidez de lado faz algum tempo, como dizia o rei: "Sou louco porque vivo num mundo que não merece a minha lucidez".
Encontro-me por becos escuros, perco-me por grandes cidades. Encontro pessoas verdadeiras, perco as falsas. Eu apenas estanco em silêncio e esboço um sorriso cínico, a inocência é algo que, infelizmente, já me passou há algum tempo atrás. É incrível como o meu dito sexto sentido é apurado, é incrível como o futuro percorre em mim e salienta-se numa veia da palma da mão. São os outros, são sempre os outros...Mas eu já tenho os outros (os melhores por sinal). Eu tenho sede é de vida, tenho sede é de mim porque toda essa escuridão dentro de mim está lentamente a infiltrar-se nos meus ossos e tudo o que desejei está a morrer ou já se foi. Ando nesse ciclo vicioso, na sombra do deja-vú, sinto o aroma de asneiras na ponta do nariz, prestes a penetrar-me as narinas e oxidar-me os pulmões. Lamento, eu não vou ficar para sempre aqui a fazer de alicerce, eu não quero ficar aqui a aguentar firme, é certo que são eles, mas eu não quero. Estou farta de que seja sempre a mesma coisa, preciso de novos ares, experimentar coisas diferentes. São sempre as mesmas coisas, os mesmos rostos e tudo é tão chocante ao ponto de olharem de olhos arregalados. Desculpem lá o transtorno, eu sou diferente, sim e depois? Há quem goste.
Veja a minha vida a correr no futuro, consegue senti-la? Eu sim e sinto já essa pontada de excitação que me envolve o corpo, já não consigo ficar parada, é penoso demais. Oh futuro vem rápido!

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